DO RIO JEQUITINHONHA A BEIRA MAR: AS FOLIAS DE REISADO EM ITAGIMIRIM BAHIA COMO PROPOSTA DE ENSINO DE HISTÓRIA E DAS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS. 1889 - 1960

Autores

  • Jairo Viana de Castro

Resumo

Este trabalho analisa o Reisado de Itagimirim-Bahia a partir das identidades interagidas no extremo sul baiano, um estudo da história cultural, território onde foram desdobrados novos signos de identidades: indígenas, negras e migrantes que através das folias de Reisado convergiram em estratégia, defesa e luta. Povos que em sua maioria são agricultores e tiveram que movimentar dentro dos seus territórios de identidades em nome de um sistema econômico que subalternizou os conhecimentos dos grupos que transmitiam seus saberes e práticas pela oralidade, modos de vidas expressos no cantar, dançar, rezar e batucar que eram memorizados e compartilhados no decorrer de cada grupo geracional. Os tropeiros que eram: indígenas, negros e migrantes tinham no Reisado em louvor a Oxossi entidade das matas, rios, cachoeiras e guardião popular uma forma de expressar seus modos de vidas, e criar mecanismos de transmitir seus saberes e religião as novas gerações utilizando a musicalidade e religiosidade, em forma de dança e contradanças de fé, festa e festejos, em cada ponto de parada essas identidades vivas e latentes eram movimentadas. Através das cantorias e danças que tinham mensagem de estratégia, defesa e luta popular e cultural. No entoar de uma contradança, os foliões comunicam uma mensagem de luta e resistência; “Eu tano mais os meninos e os meninos tano mais eu, se haver revolução, nem os meninos corre, nem eu”; versos entoados por um Mestre de folia de Reisado nascido no ano de 1941, agricultor que também domina o saberes do manejo com animais, e de ervas naturais.

Palavras Chave: Reisado, identidade, Itagimirim

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Publicado

09-11-2018

Edição

Seção

GT 2- Africanidades e Brasilidades em Educação e Relações Étnico-raciais