FIDELIZAÇÃO DE UM ARTISTA PLÁSTICO NA CORTE LUSA: NOBILITAÇÃO DE MACHADO DE CASTRO (17701782)

Autores

  • Juliano Gomes Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)

Resumo

Este artigo tem por objetivo apresentar alguns apontamentos preliminares de nossa pesquisa sobre a trajetória do escultor Joaquim Machado de Castro (17311822), no quadro da Modernidade Ibérica, em Portugal, e suas particularidades no que tange aos usos áulicos da arte e a condição do artífice na Corte brigantina do Setecentos. Buscamos recompor os contextos que marcaram sua ascensão dentro da Corte, com ênfase no reticulado de 1770-1782, assim como as redes de interlocução articuladas por Machado de Castro nesse transcurso. Tomamos como fontes sua vasta produção intelectual e documentação de cunho privado, em especial, a compilação intitulada “Joaquim Machado de Castro – Escultor Conimbricense. Notícia Biográfica e Compilação dos seus Escritos Dispersos” (1925), organizada por Henrique de Campos Ferreira Lima. Dentre os principais escritos há que se destacar sua principal obra, intitulada “Descripção analytica da execução da estatua equestre, erigida em Lisboa á gloria do Senhor Rei Fidelíssimo D. José I” (1810). Nosso trabalho inscreve-se na esteira de diversos outros estudos cuja abordagem preocupa-se com a reconstituição de trajetórias que tomam como referência os apontamentos de Pierre Bourdieu (1996) e Sabina Loriga (1998), dentre outros. Por isso, acompanhar a trajetória política de Machado de Castro passa por esquadrinhar sua rede de sociabilidade, buscando compreender seu contributo, assim como sua relação com os artistas coevos que atuaram em trabalhos conjuntos ou paralelos aos seus na Corte lusa.

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Referências

Fontes

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Publicado

06-05-2018

Edição

Seção

Artigos