O primeiro-damismo como mecanismo de minimização dos debates sobre violência de gênero (2019-2022)

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Resumo

O presente artigo busca problematizar o papel de Michelle Bolsonaro, ex-primeira-dama do Brasil, no contexto dos debates sobre violência de gênero que marcaram o presidente Jair Bolsonaro. Explorando assim, discursos políticos, ações governamentais e a presença pública da ex-primeira-dama, buscamos compreender, como ela agiu para minimizar os discursos machistas proferidos pelo marido. Para tanto, buscaremos evidenciar como ela é utilizada para reduzir os impactos a despeito da violência de gênero presente no governo, utilizando o primeiro-damismo como encenação para o exercício do poder político. Iremos analisar os enunciados da imprensa sobre a ex-primeira-dama que apresentem a crescente violência de gênero nos anos de 2019-2022 e matérias vinculadas ao periódico Folha de S. Paulo, que traz dados sobre o corte de gastos em relação a violência contra mulher na trajetória do governo, demonstrando assim, a atuação política de Michelle para neutralizar o debate. Utilizaremos como aporte teórico metodológico para o entendimento desses debates, a discussão sobre gênero realizada por Joan Scott  (1995) e a análise do discurso proposta por Foucault (2021).

Biografia do Autor

  • Alexandra Lourenço, Departamento de História (DEHIS-UNICENTRO/Irati) 

    Doutora em Ciência Política; professora do Departamento de História (DEHIS-UNICENTRO/Irati) 

  • Pamella Kosniski Montani Wendler , Programa de Pós-graduação em História (PPGH/UNICENTRO)

    Mestranda no Programa de Pós-graduação em História (PPGH/UNICENTRO)

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Publicado

06-10-2025