Ética profissional e os labirintos da precarização: desafios e resistências no trabalho de assistentes sociais

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47456/argumentum.v17.2025.44981

Palavras-chave:

Ética Profissional., Precarização do Trabalho. , Serviço Social.

Resumo

Neste artigo, analisa-se a ética profissional de assistentes sociais frente à precarização do trabalho, com base em pesquisa bibliográfica e empírica realizada com 168 profissionais no Rio Grande do Sul. Os resultados revelam a reatualização do conservadorismo no cotidiano profissional, influenciado por processos de alienação, adoecimento e intensificação da exploração. Identifica-se, contudo, a existência de resistências individuais e coletivas como estratégias ético-políticas. O estudo evidencia o paradoxo entre a adesão formal ao projeto ético-político e a persistência de valores conservadores de cunho pessoal. Conclui-se pela necessidade de superação da alienação, fortalecimento da ética profissional como mediação crítica entre condições objetivas e ação profissional, reafirmando seu caráter histórico, coletivo e emancipatório.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Anderson da Silva Fagundes, Universidade de Caxias do Sul (UCS).

    Universidade de Caxias do Sul (UCS). Área do Conhecimento de Humanidades. Curso de Serviço Social, Caxias do Sul, RS, Brasil.

  • Tatiana Reidel, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

    Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Instituto de Psicologia, Serviço Social, Saúde e Comunicação Humana. Departamento de Serviço Social. Porto Alegre, RS, Brasil. Bolsista Produtividade CNPQ.

Referências

ANTUNES, R. A nova morfologia do trabalho no Brasil. Reestruturação e precariedade. Nueva Sociedad, Buenos Aires, n. 239, jun. 2012.

BARROCO, M. L. S. Não passarão! Ofensiva neoconservadora e Serviço Social. Serv. Soc. Soc, São Paulo, v. 124, n. 124, p. 623–636, 2015.

BARROCO, M. L. S. Ética e Serviço Social: fundamentos ontológicos. 8. ed. São Paulo: Cortez, 2010.

BEHRING, E. R. Brasil em contrarreforma: desestruturação do Estado e perda de direitos. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2008.

BONFIM, P. Trabalho e Alienação: elementos para pensar a dimensão da ética do trabalho dos assistentes sociais. Em Pauta, Rio de Janeiro, v. 9, n. 27, p. 107-125, jul. 2011.

BRITES, C. M.; BARROCO, M. L. S. Serviço Social e ética profissional: fundamentos e intervenções críticas. São Paulo: Cortez, 2022.

CAMARGO, M. A. B. C. A. Relações e condições de trabalho do assistente social na atualidade. Serv. Soc. Soc., São Paulo, n. 142, p. 488-507, 2021.

CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL. Perfil de Assistentes Sociais no Brasil: Formação, condições de trabalho e exercício profissional. Brasília (DF): CFESS, 2022. Disponível em: https://www.cfess.org.br/arquivos/2022Cfess-PerfilAssistentesSociais-Ebook.pdf. Acesso em: 22 mar. 2025.

CISNE, M.; CANTALICE, L. B. O; ARAÚJO, L. “Renovação” do Serviço Social brasileiro: um continuum à ofensiva conservadora. Libertas, Juiz de Fora, v.20, n.2, p. 307-327, jul. / dez. 2020.

CISNE, M.; SANTOS, S. M. M. Feminismo, diversidade sexual e Serviço Social. São Paulo: Cortez, 2018.

CLOSS, T. T.; REIDEL, T.; CORRÊA, L. D. 25 anos das Diretrizes Curriculares da ABEPSS. In: PRATES, J. C. et al. (orgs.). Serviço Social, economia política e marxismo. Alexa Cultural: São Paulo; Edua: Manaus, 2021. p. 59-80.

CORRÊA, L. D.; REIDEL, T. Perfil, condições e relações de trabalho de assistentes sociais gaúchos(as). Temporalis, Brasília (DF), v. 21, n. 41, p. 136-154, jan./jun. 2021.

DORNA, L. B. H. O trabalho doméstico não remunerado de mães na pandemia da COVID-19: mudanças e permanências. Laboreal [Online], [S.l.], v. 17, n. 1, 2021.

DRUCK, G. Trabalho, precarização e resistências: novos e velhos desafios? Caderno CRH, Salvador, v. 24, n. spe1, p. 37–57, 2011.

ELPIDIO, M. H.; VALDO, J. P. S.; SILVA, S. R. V.; TEIXEIRA, R. V; LANES, M. P. O Serviço Social na História: a relação entre os fundamentos e a questão étnico-racial. Eleuthera, Caldas, v. 27, n. 1, p. 55–73, 2025.

FAGUNDES, A. S. Decifra-me ou te devoro: a ética profissional no trabalho de assistentes sociais em tempos de precarização. 2022. Dissertação (Mestrado Acadêmico em Política Social e Serviço Social) – Programa de Pós-Graduação em Política Social e Serviço Social, Instituto de Psicologia, Serviço Social, Saúde e Comunicação Humana, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2022. Disponível em: https://lume.ufrgs.br/handle/10183/277622. Acesso em: 24 jul. 2025.

FRANCO, T; DRUCK, M.; SELIGMANN-SILVA, E. As novas relações de trabalho, o desgaste mental do trabalhador e os transtornos mentais no trabalho precarizado. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, São Paulo, v. 35, n. 122, p. 229-248, 2010.

IAMAMOTO, M. V.; CARVALHO, R. Relações Sociais e Serviço Social no Brasil. 20. ed. São Paulo: Cortez; Lima, Peru: CELATS, 2007.

LUKÁCS, G. Para uma ontologia do Ser Social. São Paulo: Boitempo, 2013.

MÉSZÁROS, I. A teoria da alienação em Marx. São Paulo: Boitempo, 2006.

NARDI, H. C. Ética, trabalho e subjetividade. Porto Alegre: UFRGS, 2006.

NETTO, J. P. A construção do projeto ético-político do Serviço Social. In: MOTA, A. E. et al. (Org.). Serviço Social e saúde: formação e trabalho profissional. São Paulo: Cortez, 2008.

RAICHELIS, R. Serviço Social: trabalho e profissão na trama do capitalismo contemporâneo. In: RAICHELIS, R. et al. (orgs.). A nova morfologia do trabalho no Serviço Social. São Paulo: Cortez, 2018.

RAICHELIS, R. Proteção social e trabalho do assistente social. Serv. Soc. Soc., São Paulo, n. 116, p. 609–635, out. 2013.

RAICHELIS, R. O assistente social como trabalhador assalariado. Serv. Soc. Soc., São Paulo, n. 107, p. 420–437, 2011.

RAICHELIS, R; ARREGUI, C. C. O trabalho no fio da navalha: nova morfologia no Serviço Social em tempos de devastação e pandemia. Serv. Soc. Soc., n. 140, p. 134–152, 2021.

REIDEL, T.; et al. Trabalho e Saúde das(os) Assistentes Sociais diante do desmonte da Seguridade Social. In: Wünsch, D.; MENDES, J. M. R. Labirintos do Labor: a saúde do trabalho sob fogo cruzado. Marília: Projeto Editorial Praxis, 2022.

SANTOS, S. M. M. dos. O CFESS na defesa das condições de trabalho e do projeto ético-político profissional. Serv. Soc. Soc., São Paulo, n. 104, p. 695–714, out. 2010.

SELIGMANN-SILVA, E. Trabalho e desgaste mental. São Paulo: Cortez, 2012.

Publicado

01.10.2025

Edição

Seção

Artigo Original

Como Citar

Ética profissional e os labirintos da precarização: desafios e resistências no trabalho de assistentes sociais. (2025). Argumentum, 17, 1-16. https://doi.org/10.47456/argumentum.v17.2025.44981

Artigos Semelhantes

1-10 de 656

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.