PEC das domésticas 10 anos depois (2013-2023)

por que a informalidade da categoria aumentou?

Autores

  • Brena Paula Magno Fernandez Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
  • Geanny Paula Thiesen Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

DOI:

https://doi.org/10.47456/argumentum.v17.2025.45367

Palavras-chave:

Trabalho Feminino, Empregadas Domésticas, PEC das Domésticas, Informalidade

Resumo

Em 2013 entrou em vigor o Projeto de Emenda Constitucional 72/2013, conhecido como “PEC das Domésticas”, cujo objetivo foi estender às trabalhadoras domésticas uma série de direitos trabalhistas válidos para as/os demais trabalhadoras/es brasileiros desde 1988. A expectativa era a de que haveria um ciclo de crescimento da formalização do trabalho no setor e uma melhoria generalizada da qualidade do emprego doméstico, o que entretanto não se concretizou. Os dados empíricos encontrados indicam que a taxa de informalidade cresceu, houve um aumento expressivo das trabalhadoras sem carteira de trabalho assinada e sem proteção previdenciária, além de se constatar a estagnação dos rendimentos da categoria e a ampliação das desigualdades raciais. Examinamos três hipóteses para tentar explicar esse quadro, nomeadamente as recentes crises econômicas, as mudanças demográficas e finalmente a sobrecarga das unidades familiares com os custos da formalização.

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Biografia do Autor

  • Brena Paula Magno Fernandez, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

    Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Socioeconômico, Departamento de Economia, Florianópolis, SC, Brasil.

  • Geanny Paula Thiesen, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

    Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Socioeconômico, Departamento de Economia,

    Florianópolis, SC, Brasil.

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Publicado

24.04.2025

Edição

Seção

Artigo Original

Como Citar

PEC das domésticas 10 anos depois (2013-2023): por que a informalidade da categoria aumentou? . (2025). Argumentum, 17, 1-16. https://doi.org/10.47456/argumentum.v17.2025.45367

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