As Comunidades Terapêuticas na V Conferência Nacional de Saúde Mental

Autores

  • Pedro Henrique Antunes da Costa Universidade de Brasília (UnB)
  • Kíssila Teixeira Mendes Universidade do Distrito Federal (UDF) e Universidade Católica de Brasília (UCB)

DOI:

https://doi.org/10.47456/argumentum.v17.2025.45540

Palavras-chave:

Saúde Mental, álcool e outras drogas, Reforma Psiquiátrica, Contrarreforma Psiquiátrica, Comunidades Terapêuticas, Participação social

Resumo

Analisamos as deliberações da V Conferência Nacional de Saúde Mental (CNSM) sobre as Comunidades Terapêuticas (CTs), apreendendo como elas são entendidas e quais são as proposições da V CNSM em relação a elas. É uma pesquisa documental, com abordagem qualitativa, na qual as CTs são entendidas como serviços asilares-manicomiais, indo na contramão das evidências científicas e da laicidade do Estado, não sendo instituições de cuidado, mas de violência(s). São, ainda, um importante mecanismo de privatização e mercantilização das políticas na saúde mental, álcool e outras drogas, se opondo à Redução de Danos, à Reforma Psiquiátrica e ao Sistema Único de Saúde. O conjunto de deliberações referentes às CTs na V CNSM aponta na direção de retirá-las das políticas, acabar com o financiamento público a elas e fechá-las. Resta questionar se o Governo Federal, diante disso, irá respeitar e cumprir as deliberações da V CNSM.

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Biografia do Autor

  • Pedro Henrique Antunes da Costa, Universidade de Brasília (UnB)

    Universidade de Brasília, Instituto de Psicologia, Departamento de Psicologia Clínica, Brasília (DF), Brasil

  • Kíssila Teixeira Mendes, Universidade do Distrito Federal (UDF) e Universidade Católica de Brasília (UCB)

    Universidade do Distrito Federal, Brasília (DF), Brasil.

    Universidade Católica de Brasília, Programa de Pós-graduação em Psicologia, Brasília (DF), Brasil.

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Publicado

04.04.2025

Edição

Seção

Artigo Original

Como Citar

As Comunidades Terapêuticas na V Conferência Nacional de Saúde Mental. (2025). Argumentum, 17, 1-14. https://doi.org/10.47456/argumentum.v17.2025.45540

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