Vamos enviar este artigo para a revista (Con)Textos Linguísticos. Vai que aceitam?!
Uma análise baseada no uso da construção [[vai que] (S) V (C)]
DOI:
https://doi.org/10.47456/rctl.v19i42.48315Palavras-chave:
Gramática de Construções Baseada no Uso, Modalidade epistêmica, [[Vai que] (S) V (C)]Resumo
Este artigo refere-se à análise da construção [[vai que] (S) V (C)], no português brasileiro contemporâneo. Por sua vez, essa pesquisa teve prosseguimento por meio dos pressupostos teóricos da Gramática de Construções Baseadas Uso (GCBU), que postula gramática como uma rede de construções linguísticas, formando um continuum, pautando suas análises nos objetos linguísticos emitidos durante a comunicação e interação real dos falantes de uma língua. Dessa forma, com a metodologia quali-quantitativa, foram analisados dados escritos com a construção [[vai que] (S) V (C)] da rede social X (antigo Twitter). Nossa análise mostrou que há usos mais idiomatizados, que são realizados a partir da frequência de uso e da singularidade dos verbos que ocupam o slot de V, esses que, geralmente, não admitem sujeito expresso e tampouco complementos (ou seja, os exemplos contidos em [vai que V], como em Vai que cola, Vai que rola e Vai que dá). Outrossim, outros usos mais livres fazem parte da construção [[vai que] (S) V (C)], não idiomática. Todavia, vai que em ambos os casos refere-se a operadores argumentativos que expressam modalidade epistêmica e apresentam um alto grau de subjetividade em seus usos.
Downloads
Referências
ANDRADE, M. A. da S. Construções Gramaticais com Ir no Português Brasileiro Contemporâneo. Natal: Tese (Doutorado em Estudos da Linguagem) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, Programa de Pós Graduação em Estudos da Linguagem, 2017, p.1-118.
ANDRADE, M. A. da S. O uso das construções vai ver e vai que no discurso. In: Jornada Nacional Do Grupo De Estudos Linguísticos Do Nordeste, 14., 2012, Natal. Anais [...]. Natal: GELNE/UFRN, 2012.
ANDRADE, M. A. da S.Gramaticalização: (inter)subjetivização e modalização nas estruturas vai ver e vai que. In: Congresso Internacional Asociación De Lingüística Y Filología De América Latina, 17., 2014, João Pessoa. Anais […]. João Pessoa: ALFAL, 2014.
ANDRADE, M. A. da S. Aspectos semântico-discursivos das construções vai que e vai lá. In: José Romerito Silva; Dioney Moreira Gomes. (org.). Análise linguística em perspectiva funcional. 1. ed. Natal: EDUFRN, 2019. p. 134-162.
BARLOW, M.; KEMMER, S. (eds.). Usage based models of language. Chicago: University of Chicago Press, 2000.
BYBEE, J.; FLEISCHMAN, S. Modality in Grammar and Discourse. Amsterdam: Benjamins, 1995.
COUTINHO, N.S.N; ELY, L; PAULA, J. L; AMBIEL, M.A. Construções Epistêmicas: os casos de Vai Que e De Repente. In: CEZARIO, M. M. C; MARQUES, P. M; CASTANHEIRA, D. (Org.). Pesquisas funcionalistas e aplicações ao ensino superior. 1ed.: Pimenta Cultural, 2024, v. , p. 264-285. DOI: 10.31560/pimentacultural/2024.99635.10
CUMÁN, R. R. MARQUES, P. M. Deu Muito Certo: Uma Análise De Algumas Microconstruções Do Subesquema [Dar Aa] No Português Brasileiro Atual. Rio de Janeiro: e-scrita, 2022.
BYBEE, J. Language, usage and cognition. Cambridge: Cambridge University Press, 2010.
BYBEE, J. Língua, uso e cognição. Trad. Maria Angélica Furtado da Cunha. São Paulo: Cortez, 2016.
DIESSEL, H. Usage-based linguistics. In: Mark Aronoff (ed.), Oxford Research Encyclopedia of Linguistics. Nova York: Oxford University Press, 2017.
DIESSEL, H. The Constructicon: Taxonomies and Networks. Cambridge: Cambridge University Press; 2023.
ELY, L ; CEZARIO, M. M. [Vai que] e a condicionalidade: uma análise baseada no uso. Entrepalavras, Fortaleza, v.13, n.1, e.2579, 2023a, p.245-264. Jan-Abr./2023. DOI: 10.22168/2237-6321-12579.
ELY, L. CEZARIO, M. M. [Vai que] e a modalidade: uma análise baseada no uso sobre o domínio condicional. Soletras, Revista do Programa de Pós Graduação em Letras e Linguística – PPLIN, Rio de Janeiro, n.45, 2023b, p.152-168. Jan-Abr./2023. DOI: https://doi.org/10.12957/soletras.2023.73443.
FERRARI, L. V. Postura epistêmica, ponto de vista e mesclagem em construções condicionais na interação conversacional. Veredas-Revista de Estudos Linguísticos, v. 3, n. 1, 1999.
FERRARI, L. V. Semântica objetivista ou semântica cognitiva? Implicações do modelo semântico na análise de condicionais. Gragoatá, 20(38). 2015. DOI: https://doi.org/10.22409/gragoata.v20i38.33304
FERREIRA, L. F ; RECH, N. The modal construction ‘vai que’ in Brazilian Portuguese. Linguística Formal. Rio de Janeiro | volume 20 | número 3 | p. 76 - 103 | set. - dez. 2024. http://dx.doi.org/10.31513/linguistica.2024.v20n3a65263
FILLMORE, C. J. Epistemic stance and grammatical form in English conditional sentences. In: Chicago Linguistic Society. 1990. p. 137-62.
GOMES, G. Three types of conditionals and their verb forms in English and Portuguese. Cognitive Linguistics, v. 19, n. 2, p. 219-240, 2008.
GOMES, G.; MONKEN, P. M. Postura epistêmica e parafraseabilidade diferencial em condicionais. Rev. Est. Ling. Belo Horizonte, v. 19, n. 2, p. 127-140, jul./dez. 2011.
GOLDBERG, A. A construction grammar approach to argument structure. Chicago: University of Chicago Press, 1995.
GOLDBERG, A. Constructions: a new theoretical approach to language. Trends in Cognitive Sciences, v. 7, p. 219-224, 2003.
GOLDBERG, A. Constructions at Work: The Nature of Generalization in Language. New York: Oxford University Press, 2006.
HILPERT, M. Construction Grammar and its Application to English. Edinburg: Edinburgh Textbooks on the English, 2014.
HILPERT, M. Ten Lectures on Diachronic Construction Grammar. Leiden: Brill, 2021.
LAKOFF, G. Women, fire and dangerous things. What categories reveal about the mind. Chicago: University of Chicago Press, 1987.
LANGACKER, R. W. Cognitive grammar: a basic introduction. New York: Oxford University Press, 2008.
LONGHIN-THOMAZI, S. R. ‘Vai que eu engravido de novo?’: gramaticalização, condicionalidade e subjetividade. Lusorama, São Paulo, v. 81-82, 2010.
PAULA, J. L. Não vou deixar a Monografia para depois! Vai que eu atraso? Uma análise centrada no uso da construção [[Vai que] (S) V] (Graduação em Letras: Português/ Francês), Faculdade de Letras, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2024.
SANTOS SILVA, T; CEZARIO, M. M. C. Construcionalização e competição de conectores
concessivos e concessivo-condicionais instanciados pelo esquema [Xque] em português. Revista Odisséia, [s. l.], v. 4, n. especial, p. 132-153, 2019.
SCHWENTER, S. Viewpoints and polysemy: linking adversative and causal meanings of discoursemarkers. In: COUPER-KUHLEN, E; KORTMANN, B; (eds.). Cause, condition, concession, contrast: cognitive and discourse perspectives. Berlin; New York: Mouton de Gruyter; 2000.p. 257-281.
TRAUGOTT, E; TROUSDALE, G. Constructionalization and Constructional Changes. Oxford: Oxford University Press, 2013.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Revista (Con)Textos Linguísticos

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Autores cedem os direitos autorais do artigo à editora da Revista (Con)Textos Linguísticos (Programa de Pós-Graduação em Linguística da Ufes), caso a submissão seja aceita para publicação. A responsabilidade do conteúdo dos artigos é exclusiva de seus autores. É proibida a submissão integral ou parcial do texto já publicado na revista a qualquer outro periódico.
Esta obra está sob Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
