O mercado como fundamento da teoria racista ou do fetichismo da epiderme
DOI:
https://doi.org/10.22422/temporalis.2025v25n49p255-270Palavras-chave:
Fetiche da Mercadoria, Reificação dos Racializados, ; Trabalho Escravo, Trabalho Assalariado, Mais-valorResumo
O presente texto pretende prescrutar a capilaridade do processo de racialização dos seres humanos na etapa do capital monopolista escrutinando, primeiro, a conexão estabelecida entre mercado de trabalho e mercado de escravos/as, ou seja, buscando elucidar a relação dialética de continuidade e descontinuidade existente entre os referidos mercados e sua peculiaridade no desenvolvimento do modo de produção capitalista. Segundo, como a transformação dos seres humanos em mercadorias se constituiu como um ponto de inflexão para a universalização do processo de produção de mercadorias que pauta o desenvolvimento das relações capitalistas e o sistema do capital. Terceiro, como a igualdade jurídico-normativa serve de base para a constituição da desigualdade econômica e dos processos de desumanização que encontram seu coroamento na teoria racista forjada na etapa imperialista do capitalismo. Pela mediação do método dialético, são elucidadas as contradições que perpassam a sociabilidade regida pelo sistema do capital, recorrendo às posições contrapostas ao racismo apresentadas por autores, como: Karl Marx, Eric Williams, René Depestre, Augusto Buonicore, entre outros.
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