O mercado como fundamento da teoria racista ou do fetichismo da epiderme

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22422/temporalis.2025v25n49p255-270

Palavras-chave:

Fetiche da Mercadoria, Reificação dos Racializados, ; Trabalho Escravo, Trabalho Assalariado, Mais-valor

Resumo

O presente texto pretende prescrutar a capilaridade do processo de racialização dos seres humanos na etapa do capital monopolista escrutinando, primeiro, a conexão estabelecida entre mercado de trabalho e mercado de escravos/as, ou seja, buscando elucidar a relação dialética de continuidade e descontinuidade existente entre os referidos mercados e sua peculiaridade no desenvolvimento do modo de produção capitalista. Segundo, como a transformação dos seres humanos em mercadorias se constituiu como um ponto de inflexão para a universalização do processo de produção de mercadorias que pauta o desenvolvimento das relações capitalistas e o sistema do capital. Terceiro, como a igualdade jurídico-normativa serve de base para a constituição da desigualdade econômica e dos processos de desumanização que encontram seu coroamento na teoria racista forjada na etapa imperialista do capitalismo. Pela mediação do método dialético, são elucidadas as contradições que perpassam a sociabilidade regida pelo sistema do capital, recorrendo às posições contrapostas ao racismo apresentadas por autores, como: Karl Marx, Eric Williams, René Depestre, Augusto Buonicore, entre outros.

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Biografia do Autor

  • Tatiana Lyra Lima Felix, Universidade Federal de Alagoas - UFAL

    Professora Universitária. Doutora em Serviço Social pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL, Maceió, Brasil). E-mail: tatianalyra@yahoo.com.br

  • Artur Bispo dos Santos Neto, Universidade Federal de Alagoas - UFAL

    Professor Universitário. Doutor em Programa de Pós-Graduação em Letras e Lingüística pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL, Maceió, Brasil). Docente de Graduação e Pós-Graduação do Curso de Serviço Social na Universidade Federal de Alagoas (UFAL, Maceió, Brasil) e Bolsista de Produtividade em Pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - Nível 2 (CNPq, Distrito Federal, Brasil). E-mail: artur.neto@ichca.ufal.br

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Publicado

30-06-2025

Como Citar

O mercado como fundamento da teoria racista ou do fetichismo da epiderme. (2025). Temporalis, 25(49), 255-270. https://doi.org/10.22422/temporalis.2025v25n49p255-270