A importância da participação individual para o sucesso coletivo no jogo eletrônico

vivências colaborativas em March of Empires

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47456/simbitica.v12i2.47283

Palavras-chave:

sociologia digital, cibercultura, jogos eletrônicos, comunidades virtuais

Resumo

Este artigo analisa a importância da participação individual para o êxito coletivo em jogos eletrônicos com base em uma abordagem qualitativa que articula um estudo netnográfico no jogo March of Empires — disponível para PC e dispositivos móveis — e entrevistas com dez membros da aliança The Belgians. Autores como Aarseth, Atique, Lupton, Juul e Huizinga compreendem esses artefatos como fenômenos socioculturais, destacando o papel histórico dos jogos como “círculos mágicos” e a relevância das comunidades on-line como espaços de pertencimento e sociabilidade. A investigação centra-se na estrutura e no funcionamento das comunidades de jogadores a partir da colaboração, entendida como elemento fundamental tanto para o sucesso da aliança quanto para a manutenção da coesão entre seus membros. Participar de uma aliança permite ao jogador crescer e evoluir com maior rapidez, mas esse processo exige um compromisso mútuo e contínuo.

Biografia do Autor

  • Micheline Dayse Gomes Batista, Universidade Federal de Pernambuco

    Doutora e mestra em Sociologia, especialista em História Contemporânea pela Universidade Federal de Pernambuco, Brasil; jornalista graduada em Comunicação Social — Habilitação em Jornalismo pela Universidade Católica de Pernambuco, Brasil. 

Referências

AARSETH, Espen. (2001). “Game studies: year one”. Game Studies: The International Journal of Computer Game Research, v. 1, n. 1. [Consult. 10-12-2024]. Disponível em http://www.gamestudies.org/0101/editorial.html

APPERLEY, Thomas; JAYEMANE, Darshana. (2017). “A virada material dos game studies”. Trad. Thiago Falcão. Lumina, v. 11, n. 1, pp. 1-24 [Consult. 04-12-2024]. Disponível em https://periodicos.ufjf.br/index.php/lumina/article/view/21419/11615

ATIQUE, Adrian. (2013). Digital media and society: an introduction. Cambridge, UK/Malden, USA, Polity Press.

BATISTA, Micheline D. G. (2015). Entre a rede e a comunidade: interação e comunicação nos grupos do Facebook — o caso do Direitos Urbanos, Recife. Tese (Doutorado em Sociologia). PPGS, UFPE, Recife. 324 p.

BATISTA, Micheline D. G; FELIX, Vilma B. (2019). “O uso de grupos do WhatsApp por comunidades de jogo: impulsionando a comunicação e estreitando laços sociais”. Anuario Eletronico de Estudios en Comunicación Social “Disertaciones”, v. 12, n. 1, pp. 88-111 [Consult. 04-12-2024]. Disponível em https://revistas.urosario.edu.co/index.php/disertaciones/article/view/6074

BAUER, Martin. (2002). “Análise de conteúdo clássica”, in M. W. Bauer e G. Gaskell (orgs). Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som: um manual prático. Petrópolis, Vozes, pp. 189-217.

CONSALVO, Mia. (2007). Cheating: gaining advantage in videogames. Cambridge, MA, MIT Press.

DELOITTE. (2024). 2024 Digital Media Trends. [Consult. 04-12-2024]. Disponível em https://www2.deloitte.com/us/en/insights/industry/technology/digital-media-trends-consumption-habits-survey.html

DENZIN, Norman K.; LINCOLN, Yvonna S. (2006). O planejamento da pesquisa qualitativa: teorias e abordagens. Porto Alegre, Artmed.

FANDOM GAMES COMMUNITY. March of Empires Wikia [Consult. 19-12-2024]. Disponível em https://march-of-empires.fandom.com/wiki/March_of_Empires_Wikia

FRAGOSO, Suely; RECUERO, Raquel; AMARAL, Adriana. (2011). Métodos de pesquisa para internet. Porto Alegre, Sulina.

GAMELOFT. (2015). March of Empires [Jogo eletrônico]. [Consult. 19-12-2024]. Disponível em https://www.gameloft.com/game/march-of-empires

GIDDINGS, Seth. (2009). “Events and collusions: a glossary for the microethnography of videogame play”. Games and Culture, v. 4, n. 2, pp. 144-157 [Consult. 04-12-2024]. Disponível em https://eprints.soton.ac.uk/434460/

GO GAMERS. (2024). PGB 24 - Pesquisa Game Brasil. [Consult. 04-12-2024]. Disponível em https://drive.google.com/file/d/1i64N_wQNyzXqAl6zI4xE2hNwxG6kMwyE/view

GOFFMAN, Erving. (2007). A representação do eu na vida cotidiana. Rio de Janeiro, Record.

GOLDENBOY, Felipe. (2022). O que é MMO? Canaltech, 22 mar. 2022 [Consult. 10-12-2024]. Disponível em https://canaltech.com.br/games/o-que-e-mmo/

HAESBAERT, Rogério. (2007). “Território e multiterritorialidade: um debate”. GEOgraphia, v. 9. n. 17, pp. 19-46 [Consult. 17 dez. 2024]. Disponível em https://doi.org/10.22409/GEOgraphia2007.v9i17.a13531

HINE, Christine. (2000), Virtual Ethnography. London/Thousand Oaks/New Delhi, Sage Publications.

HUIZINGA, Johan. (2007). Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. São Paulo, Perspectiva.

JUUL, Jasper. (2011). Half real: video games between real rules and fictional worlds. Cambridge, MA, MIT Press.

KOZINETS, Robert. (2012). Netnography: doing ethnographic research online. Los Angeles/London/New Delhi/Singapore/Washington, Sage.

LUPTON, Deborah. (2015). Digital sociology. New York, Routledge.

MAFFESOLI, Michel. (2006). O tempo das tribos: o declínio do individualismo nas sociedades de massa. Rio de Janeiro, Forense Universitária.

MARRES, Noortje. (2017). Digital sociology: the reinvention of social research. Cambridge, UK, Polity Press.

MCLUHAN, Marshall. (1990). Os meios de comunicação como extensões do homem (understanding media). São Paulo, Cultrix.

NASCIMENTO, Leonardo F. (2016). “A sociologia digital: um desafio para o século XXI”. Sociologias, ano 18, n. 41, pp. 216-241 [Consult. 04-12-2024]. Disponível em https://seer.ufrgs.br/sociologias/article/view/53754/37173

NEWZOO. (2024). Global Games Market Report 2023. [Consult. 04-12-2024]. Disponível em https://resources.newzoo.com/hubfs/Reports/Games/2023_Newzoo_Free_Global_Games_Market_Report.pdf

PEARCE, Celia. (2011). Communities of play: emergent cultures in multiplayer games and virtual worlds. Cambridge, MA, MIT Press.

POUPART, Jean. (2008). “A entrevista do tipo qualitativo: considerações epistemológicas, teóricas e metodológicas”, in J. Poupart et al. (orgs), A pesquisa qualitativa: enfoques epistemológicos e metodológicos. Petrópolis, Vozes, pp. 215-253.

PREECE, Jenny. (2000). Online communities: designing usability, supporting sociability. Chichester, John Wiley & Sons, Ltd.

PRICEWATERHOUSECOOPERS BRASIL — PwC. (2024). Pesquisa Global de Entretenimento e Mídia 2023-2027 da PxC - Perspectivas. [Consul. 04-12-2024]. Disponível em https://www.pwc.com.br/pt/estudos/setores-atividades/entretenimento-midia/2024/tl-pesquisa-global-de-entretenimento-e-midia-2023-2027.pdf

RHEINGOLD, Howard. (2000). The virtual community: homesteading on the electronic frontier. Cambridge, London, MIT Press.

SIMMEL, Georg. (1964). Conflict and the web of group affiliations. New York, London, Free Press.

SIMMEL, Georg. (1998). “O dinheiro na cultura moderna (1896)”, in J. Souza e B. Öelze (orgs), Simmel e a modernidade. Brasília, Editora Universidade de Brasília, pp. 23-40.

SMITH, Marc; KOLLOCK, Peter. (1999). Communities in cyberspace. London, Routledge.

STEAM. (2024). Steam charts: March of Empires. [Consult. 21-12-2024]. Disponível em https://steamcharts.com/app/702320

TAYLOR, T. L. (2006). Play between worlds: exploring online game culture. Cambridge, MA, MIT Press.

TÖNNIES, Ferdinand. (2001). Community and civil society. Cambridge, Cambridge University Press.

WELLMAN, Barry. (2001). “Physical place and cyber place: the rise of personalized networking”. International Journal of Urban and Regional Research, v. 25, n. 2, June, pp. 227-252 [Consult. 04-12-2024]. Disponível em https://onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1111/1468-2427.00309

WELLMAN, Barry. (2012). Networked: the new social operating system. Cambridge, MA, MIT Press.

WELLMAN, Barry; GULIA, Milena. (1999). “Net surfers don’t ride alone: virtual community as community”, in Kollock, Peter (org), Communities in cyberspace. London, Routledge, pp. 167-193.

Downloads

Publicado

23-08-2025

Edição

Seção

Dossiê

Como Citar

A importância da participação individual para o sucesso coletivo no jogo eletrônico: vivências colaborativas em March of Empires. (2025). Simbiótica. Revista Eletrônica, 12(2), 139-170. https://doi.org/10.47456/simbitica.v12i2.47283