Horizontes líquidos: arte pública e transformação cultural nas margens

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47456/rf.rf.2132.49280

Palavras-chave:

arte pública, instalação artística, arte relacional, ecologia e estética, territórios costeiros

Resumo

Este artigo propõe uma reflexão sobre a Arte Pública contemporânea em territórios fluviais e costeiros, a partir de três eixos: cartografias sensíveis das margens; instalações subaquáticas e arte relacional; e o monumento como gesto simbólico diante das transformações climáticas. São analisadas obras emblemáticas, como a calçada de Copacabana, de Roberto Burle Marx; Fragmento de uma sala de estar reduzido a 88% (2001), de Mark Manders; as passarelas flutuantes de Christo e Jeanne-Claude; e os museus submersos de Jason deCaires Taylor. A essas experiências se soma a instalação COP 30: O futuro em suspensão, de autoria da pesquisadora, concebida como arte pública situada e sensível à urgência ambiental. Em todas as obras, a arte emerge como dispositivo estético-político que reinscreve sentidos nos territórios das margens — marinhas ou fluviais — ativando memórias, afetos e possibilidades de reencantamento do mundo. Ao convocar o corpo e a coletividade, essas práticas artísticas ampliam o campo simbólico do espaço público e contribuem para imaginar novos pactos entre sociedade e natureza.

Biografia do Autor

  • Giovana Aparecida Zimermann Zimermann, UFSC/IPPUR-UFRJ

    Artista visual e pesquisadora nas áreas de Arte Pública e Urbanismo. Mestre em Arquitetura e Urbanismo e doutora em Literatura pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), realizou pós-doutorado em Planejamento Urbano e Regional pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional (IPPUR/UFRJ).

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Publicado

30-06-2025

Edição

Seção

Seção Temática

Como Citar

Horizontes líquidos: arte pública e transformação cultural nas margens. (2025). Farol, 21(32), 242-254. https://doi.org/10.47456/rf.rf.2132.49280